A taxa de empreendedorismo no Brasil nunca esteve tão alta: dois em cada três jovens têm o desejo de ter seu próprio negócio. Essa constatação é de uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que entrevistou mais de 5 mil jovens entre 25 e 35 anos, das classes ABC.
Pensando nesse cenário, produzimos este conteúdo com dicas de como criar uma startup. Mas antes de entrarmos no assunto principal, vamos conversar rapidamente sobre o que, afinal, é uma empresa que leva esse nome.
Startup: o que é?
O termo surgiu no Vale do Silício, região da Califórnia, famosa por sua concentração de tecnologia e inovação. Ele simboliza uma empresa que, ainda que em fase inicial, possui uma proposta inovadora e com alto potencial de crescimento – não é à toa que o símbolo do conceito é um foguete. Nem todo negócio que acaba de nascer é uma startup, porque a chave da nomenclatura está justamente no tipo de negócio: ele precisa ser inovador.
Ao mesmo tempo, é interessante dizer também que uma empresa não será startup para sempre, pois após consolidar seu modelo de negócio, ela deixa de ter esse título. Atualmente, podemos observar no mercado algumas gigantes que começaram sua trajetória como startups e hoje são referências de mercado, como o próprio Google.
Outro título que gera curiosidade é o de “Empresa Unicórnio”. Algumas startups ficam conhecidas com esse nome por alcançarem um valor de mercado superior a 1 bilhão de dólares. Atualmente, segundo a CBInsights, há quase 500 unicórnios no mercado, e algumas delas são brasileiras, como o IFood, o Nubank e a QuintoAndar.
Ficou animado com esses exemplos de startup? Confira, então, algumas dicas de como criar a sua!
1. Busque a inovação
Inovar é propor soluções fora do comum para a resolução de problemas existentes. Um fundador de startup, em geral, precisa enxergar o mundo de uma forma diferente, de uma maneira mais criativa, pensando em como oferecer novidades que seriam capazes de revolucionar o mercado ou até criar novos.
Um “startupeiro” deve ser capaz de resolver necessidades que o público comum nem sabia que tinha. Quase não nos lembramos mais de como era buscar o telefone de uma pizzaria e ligar para fazer o pedido, mas esse foi um hábito que mantivemos por anos sem imaginar a possibilidade de um aplicativo que reuniria uma infinidade de restaurantes ao toque dos nossos dedos. Há pouquíssimo tempo, também não se contava com as inúmeras possibilidades de hospedagem que o Airbnb oferece ao viajante, ou tampouco com um Uber na hora de se locomover pela cidade.
Se hoje já é difícil imaginar o mundo sem essas praticidades, a culpa foi de uma startup que imaginou o futuro do mundo e decidiu que tornaria aquilo realidade. Isso é inovação.

Uma empresa inovadora é criada por mentes empreendedoras que enxergam no mundo um mar de possibilidades ainda não exploradas.
2. Analise sua ideia e o mercado
A parte da ideia parece tão complicada quanto bonita, não é mesmo? Mas depois dela ainda existem muitas outras etapas. É preciso descobrir, no mínimo, se sua ideia é realmente original e escalável, ou seja, tem potencial de crescer em grande escala sem que seus custos sejam aumentados proporcionalmente.
A partir disso, é preciso também sondar o mercado e entendê-lo levando em consideração o público, o momento, o nível de competitividade e quem são esses possíveis concorrentes.
Para obter esses dados, realize pesquisas em diferentes níveis: entre amigos, nas redes sociais, em fóruns, em sites de busca, testando a resposta do público geral à sua ideia por meio de anúncios e landing pages, por exemplo.
3. Forme uma equipe comprometida
Uma andorinha só não faz verão, não é mesmo? Por mais que você esteja cheio de fôlego, é muito difícil tocar um negócio completamente sozinho e as startups, em geral, são reconhecidas por contar com equipes de alta performance.
O ideal é encontrar parceiros com habilidades complementares, que possam se responsabilizar por diferentes funções. Se todos tiverem mentes inovadoras e muita disposição para encarar as dificuldades iniciais pelas quais uma empresa passa, melhor ainda.

Como montar uma startup: contar com uma boa equipe é essencial!
4. Atente-se à parte jurídica
Essa parte parece menos interessante do que as outras, mas empresas que costumam menosprezar as questões legais no início da trajetória para priorizar o foco nas estratégias de crescimento acabam tendo dores de cabeça que poderiam ter sido evitadas.
O mais recomendado é contar com uma assessoria jurídica desde o início, mas sabemos que essa pode não ser a realidade da maioria dos empreendedores iniciais. De qualquer forma, existem aspectos que não podem ser ignorados, como entender as formas possíveis para se abrir um negócio no Brasil (ou em qualquer país que você esteja), como registrar uma startup, quais são os cuidados necessários e o que deve ser estabelecido em uma sociedade, quais são os direitos trabalhistas que uma empresa deve garantir a seus colaboradores, quais são os principais tributos que devem ser pagos, como lidar com eventuais processos…
São muitos detalhes que parecem chatinhos – e são –, mas se no início são apenas chatinhos, podem se tornar monstros caso você deixe-os passar, e ninguém quer monstros atrapalhando o crescimento da empresa, certo?
5. Pense na captação de recursos
Todo negócio precisa de capital para começar, mas é um pouquinho mais complicado tirar do papel uma ideia inovadora, já que, pelo menos a princípio, ela não existe e não tem como gerar recursos. É necessário, portanto, um investimento inicial que muito provavelmente será externo.
Empreendedores costumam tentar diferentes caminhos para conseguir esse investimento, apresentando seu projeto para investidores-anjo, fundos de investimento ou projetos de aceleração.
As aceleradoras são organizações que auxiliam o desenvolvimento de uma startup que já está em funcionamento e com modelos testados pelo mercado. Elas são administradas por empresas maiores que investem buscando oportunidades em novos negócios e focam em projetos com alto potencial de crescimento, oferecendo estrutura, mentorias e investimento – e, em geral, sem cobrar nada em troca.

O custo para criar uma startup costuma ser alto, mas é possível buscar diferentes formas de investimento para essa jornada.
6. Planejamento é tudo!
O mercado está cada vez mais dinâmico, o que exige das empresas dinamismo, flexibilidade e ainda mais organização. Ter um planejamento sólido e flexibilidade ao mesmo tempo pode parecer controverso, mas é necessário se preparar até mesmo para prever as necessidades de mudanças no meio do caminho.
O planejamento estratégico serve justamente para tornar uma empresa menos vulnerável a mudanças externas que podem trazer impactos negativos ao seu negócio. Uma startup que, em geral, depende de recursos limitados, necessita de ainda mais atenção a esse ponto.
Se planejar significa enxergar as vantagens e desvantagens do seu produto e do seu mercado, analisar erros e acertos, potenciais e fragilidades, tudo isso visando o aparo das falhas, a potencialização das competências e a construção de estruturas mais eficientes.
Também é importante definir no planejamento quais são as principais orientações da empresa, oferecendo um panorama geral do que deve ser seguido e do que se deseja alcançar, tanto para os setores internos quanto para possíveis investidores.

Como começar uma startup: planejamento é fundamental!
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